Vários barris de petróleo

Os principais bancos de investimento do mundo apontam para uma queda dos preços do petróleo no mercado internacional face à cotação atual.

Mesmo os analistas mais pessimistas, que reviram em alta o preço do barril (de forma muito ligeira), continuam a acreditar que o excesso de oferta deve pressionar as cotações do crude.

Esta antecipação está, aliás, em linha com o desempenho do crude negociado em Nova Iorque – conhecido pela referência West Texas Intermediate (WTI) – que, desde o início do ano, sobe pouco mais de 1%. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cede mais de 9%. 

Assim, as subidas das últimas semanas provocadas pelos ataques de Israel a alguns países vizinhos, pode mesmo ser só “fogo de vista”. O gigante de Wall Street, Goldman Sachs, aponta para que o barril de Brent alcance os 66 dólares por barril na segunda metade do ano, e 56 dólares por barril em 2026, uma descida face aos 68,76 dólares em que está cotado atualmente a referência para as importações europeias.  

O banco de investimento norte-americano defende ainda a possibilidade de o WTI vir a cair dos atuais 67 dólares para 63 dólares por barril no segundo semestre, para voltar a descer em 2026 para 52 dólares por barril. 

Por detrás desta expectativa está um “consenso [dos analistas que] prevê que o mercado petrolífero registe um sobreabastecimento” este ano, pode ler-se no “outlook” para 2025 do UBS.  

Também o Goldman Sachs prevê “uma compensação do aumento de preços mais altos a longo prazo dos barris [devido ao contexto geopolítico] face ao impacto de um superavit de 1,7 milhões de barris por dia em 2026″.  

Esta antecipação de excesso de oferta de barris de crude foi revista em alta, já que, anteriormente, o banco norte-americano esperava um superavit de 1,5 milhões de barris por dia.  

O último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) confirma um aumento dos stocks de crude. Por outro lado, também a procura abrandou. Aliás, este organismo prevê mesmo que a procura este ano cresça “ao ritmo mais baixo desde 2009”, sem contar com 2020, ano da pandemia. Este abrandamento é evidente sobretudo nos mercados emergentes, onde se nota “um consumo mais fraco”, salienta a AIE.  

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Mercados emergentes com maior impacto 

Olhando para o mapa mundo, o banco de investimento japonês Nomura alerta que a queda que se prevê, “se for sustentada, terá maior impacto nos mercados emergentes do que nos mercados desenvolvidos”. 

Isto porque as economias emergentes são mais dependentes e eficientes em termos energéticos e abrigam a maior parte dos maiores exportadores e importadores de petróleo do mundo.  

Qual o impacto do preço do petróleo na bomba?

Mas afinal, quanto pesa o preço do barril de petróleo na fatura paga por si no posto de abastecimento? A realidade é que os impostos pesam mais do que o valor cobrado às empresas refinadoras por esta matéria-prima. 

Na gasolina simples 95, a cotação do crude e o valor cobrado pelo transporte ocupa uma fatia de menos de 30%, pouco mais de 50 cêntimos, face ao preço eficiente desta semana.  

Já no caso do gasóleo simples, a cotação e frete do ouro negro (como também é conhecido o petróleo no mercado das matérias-primas) pesa um pouco mais no preço final, cerca de 34%, ou 0,565 euros.   

A maior fatia é mesmo ocupada pelos impostos. O Estado recebe mais de 55% do preço pago pela gasolina simples 95 e 49% do valor pago por litro de gasóleo simples.   

Leia ainda:   Preço dos combustíveis: Qual o impacto no dia a dia? 

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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